Dr. Luís Fernando Bruzzi Porto fala tudo que você precisa saber sobre Patologia Clínica / Medicina Laboratorial.
1) O que é?
Estima-se que a Patologia Clínica ou Medicina Laboratorial colabora com a elucidação de cerca de 80% dos diagnósticos, trata-se de especialidade médica que se propõe a produzir laudos, e não apenas resultados. Laudos exigem cultura especializada e dependem do especialista. Essa contribuição se dá através do estudo das secreções e dos fluídos biológicos – principalmente o sangue, e, se distingue da Anatomia Patológica, cuja contribuição ao diagnóstico se baseia no estudo, sobretudo dos tecidos sólidos.
Para graduados em Medicina, a especialização e.g. ocorre através de Residência Médica com área básica em Clínica Médica e área de concentração em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, cursos de Pós-Graduação na área, Mestrado e Doutorado.
2) Como é o dia a dia?
O dia a dia depende do campo de atuação. Dentro da organização de um laboratório, os médicos patologistas clínicos durante o expediente interagem com pacientes, profissionais de laboratório e médicos requisitantes, participando de atividades como realização de exames e procedimentos específicos, orientação e coordenação de equipes de trabalho, produção de laudos e apoio no estabelecimento de correlação clínico laboratorial aos médicos requisitantes.
3) Oportunidades de trabalho:
O modelo de atuação do tipo “profissional liberal” é cada vez mais limitado no mercado de Saúde, entretanto existem oportunidades de inserção tanto na esfera pública quanto na iniciativa privada em laboratórios, clínicas e hospitais. Existem também outros campos relacionados a atividades de pesquisa clínica, área básica bem como perspectivas de carreira docente.
4) Número de especialistas:
No momento, temos aproximadamente 3.100 especialistas registrados pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial.
5) Curiosidade(s):
A especialidade cresce em termos de perspectivas futuras com a Medicina de Precisão com a possibilidade de diagnósticos mais acurados e individualizados, com estratégias orientadas baseadas em utilização e análise de grandes volumes de dados, tecnologias moleculares integrando diagnóstico à terapia.
6) Especialidades correlacionadas:
A equipe técnica de um laboratório médico é de caráter multidisciplinar, com interface no que se refere à área médica de especialidades como Onco-hematologia, Hemostasia, Endocrinologia, Microbiologia, Infectologia, Genética, Imunologia, Reumatologia, Biologia Molecular, dentre outros profissionais de nível superior como bioquímicos, biólogos, biomédicos, químicos, engenheiros, etc.
7) Área de atuação:
A atuação pode ocorrer na área assistencial na inciativa privada laboratórios, clínicas e hospitais. Na esfera pública além das mencionadas existem outras possibilidades de inserção em atividades de pesquisa bem como docência.
8) Mensagem para quem quer seguir essa especialidade:
Apesar de a especialidade ser oficialmente reconhecida há algumas décadas no país, a maioria das faculdades de Medicina não tem a disciplina no curso de graduação, o que pode dificulta um melhor entendimento em termos de atuação. Dessa forma, antes de fazer qualquer escolha, deve haver estudo profundo da mesma bem como das chances de evolução profissional e pessoal para a melhor tomada de decisão.
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Referências:
- Demografia médica no Brasil 2015 – USP. Disponível em: https://www.usp.br/agen/wp-content/uploads/DemografiaMedica30nov2015.pdf
- https://www.sbpc.org.br/
- https://anmr.org.br/